GESTÃO DAS EXPECTATIVAS, MOTIVAÇÃO E COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL – ESTUDO DE CASO NUMA EMPRESA FARMACÊUTICA
GESTÃO DAS EXPECTATIVAS, MOTIVAÇÃO E COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL - ESTUDO DE CASO NUMA EMPRESA FARMACÊUTICA
Índice
1. INTRODUÇÃO
2. ENQUADRAMENTO TEÓRICO
3. METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
4. ESTUDO DE CASO
4.1. Breve apresentação da empresa4.2. Análise sintética dos dados
5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6. CONCLUSÕES
O principal objetivo do estudo que suporta este artigo consiste em compreender como a gestão das expectativas dos colaboradores promove o aumento da motivação e do comprometimento organizacional.
Esta investigação teve como unidade de análise uma organização portuguesa integrada numa multinacional farmacêutica, com impacto no mercado nacional e internacional. A escolha da empresa objeto de estudo de caso teve por base o setor de atividade em que a organização está inserida, o seu modelo organizacional, a qualidade e inovação dos seus produtos e, também, pelo facto de se tratar de uma organização com uma missão ancorada na qualificação, motivação e empenho dos seus colaboradores.
O estudo de caso seguiu uma abordagem metodológica mista no que concerne aos instrumentos de recolha de dados tendo-se concebido um guião de entrevista semiestruturada e um questionário. Foram realizadas entrevistas a cinco colaboradores com funções chave na empresa e obtiveram-se 152 respostas ao questionário.
Constata-se pela análise dos dados que a atenção dos colaboradores centra-se, à luz da teoria de Herzberg (1957), nos fatores higiénicos – clima organizacional e emprego seguro e estável – e nos fatores motivacionais – variedade de tarefas exigidas, reconhecimento do trabalho desenvolvido. Os dados obtidos através dos questionários apontam que a preocupação em terem um emprego seguro e estável é constante, tanto no momento da entrada na organização como ao longo da sua permanência. Verifica-se que as motivações atuais face às expectativas iniciais se focam no
reconhecimento do trabalho, significado e conteúdo da função, emprego seguro e estável, mais uma vez, e variedade de competências exigidas, estando evidenciadas neste cenário alguns dos fatores presentes no modelo desenvolvido por Hackman e Oldham (1980) como a variedade de competências exigidas e o significado e conteúdo da função.
No que concerne ao comprometimento organizacional os resultados mostram que a ligação existente entre os colaboradores e a organização está em linha com o comprometimento afetivo, isto é, existe ligação emocional à organização, e por considerarem que trabalhar nesta organização é uma aprendizagem. Por outro lado, os dados indicam ligações ao comprometimento instrumental/calculativo, ao estar evidenciado um estado psicológico de necessidade quando afirmam que estar nesta organização é uma atividade comum e que o seu nível de comprometimento com a organização é determinado, de certa forma, pelo sistema de remunerações e perceção de emprego seguro e estável.
Ana Sofia Batista Marques é aluna do mestrado em Gestão, especialização em Recursos Humanos e licenciada em Economia. Desenvolve atividades de consultoria e formação em Desenvolvimento Organizacional, Gestão de Organizações do 3º Setor e em Gestão de Recursos Humanos.
Fátima Jorge é doutorada em Gestão pela Universidade de Évora, desde o ano 2003. É professora auxiliar no Departamento de Gestão da Universidade de Évora e investigadora no Centro de Investigação em Ciência Política. Os seus principais interesses de investigação inserem-se nas áreas do Comportamento Organizacional, da Gestão de Recursos Humanos e da Ética e da Responsabilidade Social.
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