As Necessidades Formativas e a Qualidade Organizacional na Assistência ao Nível da Geriatria e da Gerontologia em Lares de “Terceira Idade”
As Necessidades Formativas e a Qualidade Organizacional na Assistência ao Nível da Geriatria e da Gerontologia em Lares de “Terceira Idade”
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Os cuidados geriátricos e gerontológicos são hoje uma área particularmente importante dos sistemas de saúde, pelo que a prestação de um serviço de elevada qualidade por parte das instituições de apoio à “terceira idade” exige profissionais e organizações altamente competentes. Contudo, nem sempre os colaboradores desta área possuem os conhecimentos, as habilidades e as competências necessários ao seu desempenho profissional e à concretização dos parâmetros de qualidade que a legislação determina e que as próprias organizações do sector impõem.
A nossa comunicação emerge de uma tese de mestrado em Sociologia (em curso) na qual procuramos diagnosticar as necessidades de formação dos assistentes operacionais de lares de “terceira idade”, considerando, por um lado, as competências necessárias e adequadas a um desempenho profissional de elevada qualidade destes/as profissionais, e, por outro, dos desafios organizacionais que se colocam a este tipo de entidades, não raras vezes socialmente alvo de representações sociais negativas.
Partindo da ideia de que uma organização nunca se concretiza de forma tão planeada como os manuais da qualidade e os discursos oficiais anunciam e que o comportamento organizacional emerge num quadro de constrangimentos, regras e racionalidades diversas e variáveis que, não determinando, influenciam as estruturas da organização e a ação dos seus profissionais, procuramos, com a presente comunicação, compreender de que forma a qualificação sistemática das pessoas, pode impactar positivamente na melhoria da qualidade total deste tipo de organizações. Concretamente, a partir dos conceitos e das dimensões da Estrutura Comum de Avaliação (Common Assessment Framework – CAF), enquanto modelo de autoavaliação do desempenho organizacional cuja construção foi inspirada no Modelo de Excelência da Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade (European Foundation for Quality Management ou EFQM), propomo-nos discutir o papel que a «gestão das pessoas», concretamente através da «função formação», pode ter na melhoria da qualidade organizacional, por via da satisfação das necessidades de formação dos assistentes operacionais de lares de “terceira idade”.
Filipa Ramos é Licenciada em Ciências da Educação e da Formação, pela Universidade do Algarve, é atualmente mestranda no Curso de Sociologia, especialização em Recursos Humanos e Desenvolvimento Sustentável, na Universidade de Évora. Como áreas de interesse evidenciam-se a Formação Profissional e o Desenvolvimento dos Recursos Humanos, sendo duas temáticas complementares abordadas na dissertação de mestrado em curso.
José Saragoça é Doutorado em Sociologia, é Professor Auxiliar no Departamento de Sociologia da Escola de Ciências Sociais (E.C.S.) da Universidade de Évora (U.É.). É adjunto do Director do Departamento de Sociologia e membro do Conselho Pedagógico da E.C.S. da U.É. É investigador integrado do CESNOVA– FCHS-UNL e colaborador do Centro de Investigação em Sociologia e Antropologia – Augusto da Silva (CISA-AS), da Universidade de Évora. Entre 1991 e 2003 foi formador e coordenador pedagógico na Escola Profissional da Região Alentejo (propriedade da Fundação Alentejo, de que é, atualmente, membro não remunerado do Conselho de Administração). É autor de diversos artigos científicos e do livro Tecnologias da Informação e da Comunicação, Educação e Desenvolvimento dos Territórios (Fundação Alentejo, 2009). Os seus interesses de investigação estão direcionados para estudos sobre qualidade, prospetiva estratégica e análise de redes sociais (social network analysis), sobretudo nos domínios da educação, governo eletrónico e cooperação transfronteiriça.
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necessidades de formação; função formação; qualidade organizacional; CAF – Common Assessment Framework.