Gestão da Qualidade e Sustentabilidade Organizacional: Burocracia, Anarquia e Hipocrisia
Gestão da Qualidade e Sustentabilidade Organizacional: Burocracia, Anarquia e Hipocrisia
Índice
Este trabalho baseia-se num estudo de caso de uma organização do setor da construção civil e aborda os processos integrados no referencial do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). É seu objetivo analisar e explicar a atuação dos membros da organização no âmbito da Gestão da Qualidade (GQ). A certificação do SGQ pode ser vista como fonte de oportunidades para melhorar os processos e as práticas, reduzindo desperdícios operacionais, e para melhorar a identidade e a imagem organizacional junto das entidades interessadas, melhorando a legitimidade e aceitabilidade no mercado. Em ambas as perspetivas, a GQ é vista como propiciadora de benefícios económicos, diretos e indiretos.
Para analisar este caso, é adotado sistema teórico que focaliza a organização formal e a organização informal do SGQ. Para isso, é convocado o modelo da burocracia (Weber), de modo a analisar a dimensão formal da gestão e certificação do SGQ, e o modelo da anarquia organizada (Cohen, March e Olsen), para abordar a sua dimensão mais incerta e ambígua. Esta complexidade organizacional, feita de burocracia e anarquia organizada, marca o funcionamento real das organizações, valoriza a sua hipocrisia e afeta a sua sustentabilidade. Deste modo, abordando as dimensões formal e informal e apreendendo a complexidade da GQ, esta pesquisa oferece leitura interrogativa e preocupante acerca da relação entre os processos e as práticas organizacionais para obtenção e manutenção da certificação do SGQ.
Luís Moreira is Master on Industrial Management, academic title granted by the Instituto Superior de Engenharia do Porto, provided in 2012. The professional experience has been built in the industrial and sector, namely on metallomechanics and construction subsectors. At the moment is functionally unemployed and teach topics on Quality, Environment and Safety Management Systems, implementation and certification of Management Systems, especially Quality Management, as a basis for Success, Excellence and Sustainability Organizational.
Ivo Domingues is a sociologist and has a PhD degree granted by University of Minho. His research preferences are related with topics as quality management, human resources management, corporate social responsibility, organizational communication, all of them integrated by organizational change perspectives. He is also mentor of a spinoff company.
Luis Fonseca has received a Ph:D. from ISCTE IUL- Portugal, Lisbon in 2012 and is Professor at ISEP IPP. His research interests are in the areas of Global Management, Quality Management and Excellence and Sustainability/ Social Responsibility.
Associação Portuguesa de Certificação. (2010). Guia Interpretativo NP EN ISO 9001:2008. APCER.
Batson, C.D., Collins, E. e Powell, A.A. (2006). Doing Business After the Fall: The Virtue of Moral Hypocrisy. Journal of Business Ethics. 66º Volume. Issue 4. pp. 321 335.
Boiral, O. (2012). ISO 9000 and Organizational Effectiveness: A Systematic Review. Quality Management Journal. 19º Volume. N. 3. pp 16-37.
Brunsson, N. (1989). Organization of Hypocrisy: Talks, Decisions and Actions in Organizations. Chichester: John Wiley & Sons.
Brunsson, N. (1993). The Necessary Hypocrisy. The International Executive. 35º Volume. Issue 1. pp.1-9.
Cyert, R. e March, J.G. (1992). A Behavioral Theory of the Firm. Blackwell Business.
Cohen, M.D., March, J.G. e Olsen, J.P. (1972). A Garbage Can Model of Organizational Choice.Administrative Science Quarterly. 17º Volume. N. 1. pp. 1-25.
Crozier, M. e Friedberg, E. (1977). L´Acteur et le Systéme . Paris. Editions du Seuil.
Dean, J.W.Jr., Brandes, P. e Dharwadkar, R. (1998). Organizational Cynicism. Academy of Management Review. 23º Volume. N. 2. pp. 341-352.
Domingues, I. (2003). Gestão de Qualidade nas Organizações Industriais: Procedimentos, Práticas e Paradoxos. Celta Editora.
Domingues, I. (2011). Unintended consequences in normalization processes: the case of certification of quality management systems in the social sector. In Mica, A., Peisert, A. and Winczorek, J. (Eds). Sociology and the unintended. Frankfurt: Peter Lang. pp 335- 355.
Domingues, I. (2013). Regulação e sustentabilidade: incertezas e ambiguidades. In Domingues, I. (org) Organizações: controlo e sustentabilidade. V.N.Famalicão: Humus. pp. 11-36.
Farazmand, A. (2010). Bureaucracy and Democracy: A Theoretical Analysis. Public Organization Revue. 10º Volume. Issue 3. pp. 245-258.
Figge, F., Hahn, T., Shaltegger, S. e Wagner, M. (2002). The Sustainability Balanced Scorecard linking sustainability management to business strategy. Business Strategy and the Environment. 11º Volume. Issue 5. pp. 269-284.
Folley, K e Zahner, T. (2009). Creating and Managing the Sustainable Organization: The Stakeholder Way. SAI Global. Australia.
Ivancevich, J.M. (1974). Changes in Performance in a Management by Objectives Program.Administrative Science Quarterly. 19º Volume. N. 4. pp. 563-574.
Levinson, H. (2003). Management by Whose Objectives?. Harvard Business Review on Motivating People.
Lindblom, C.E. (1959). The Science of Muddling Through. Public Administrative. 19º Volume. pp.79-88.
March, J. (1981). Footnotes to organizational change. Administrative Science Quarterly. 26º Volume 4. pp. 563-577.
March, J. (1985). The technology of foolishness. D.S. Pugh (org.). Organization Theory. Pelican Books.
March, J. e Shapira, Z. (1992). Behavioral decisison theory and organizational decisison.
Meppem, T. e Bourke, S. (1999). Different ways of knowing: a communicative turn toward sustainability. Ecological Economics. 30º Volume. Issue 3. pp. 389-404.
Merton, R. (1968). Social theory and social structure. New York: The Free Press.
NP 4397 (2008). Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho. Requisitos. Instituto Português da Qualidade. Lisboa.
NP 4427 (2004). Sistemas de Gestão de Recursos Humanos – Requisitos. Instituto Português da Qualidade. Lisboa.
NP EN ISO 9001 (2008). Sistemas de Gestão da Qualidade. Requisitos. Instituto Português da Qualidade. Lisboa.
NP EN ISO 14001 (2004). Sistemas de Gestão Ambiental. Requisitos e Linhas de Orientação para a sua Utilização. Instituto Português da Qualidade. Lisboa.
NP EN ISO 19011 (2012). Linhas de Orientação para Auditorias a Sistemas de Gestão (ISO 19011:2011). Instituto Português da Qualidade. Lisboa.
Paladini, E.P. (2002). Avaliação Estratégica da Qualidade. Editora Atlas. São Paulo.
Ruef, M. e Scott, W.R. (1998). A multidimensional model of organizational legitimacy: hospital survival in changing institutional environments. Administrative Science Quarterly. 43º Volume. N. 4. pp. 877-904.
Scott, D. (1980). The Causal relationship between trust and the assessed value of management by objectives. Journal of Management. 6º Volume. N. 2. pp. 157-175.
Scott, R.W. (2008). Institutions and Organizations: Ideas and interests. Thousand Oaks.
Shrisvastava, P. e Hart, S. (1995). Creating sustainable corporations. Business Srategy and the Environment. 4º Volume. Issue 3. pp. 154-165.
Sine, W.D., Mitsuhashi, H. e Kirsch, D.A. (2006). Revisiting Burns and Stalker: formal structure and new venture performance in emerging economic sectors. Academy of Management Journal. 49º Volume. N. 1. pp. 121-132.
Suchman, M.C. (1995). Managing Legitimacy: strategic and institutional approaches. Academy of Management Review.,20º Volume. N. 3. pp. 571-610.
Thompson, J. A. (1967). Organizations in action: Social Science Bases of Administrative Theory. New York: McGraw-Hill.
Weber, M. (1964). The Theory of Social and Economic Organization. New York: The Free Press. Weber, M. (1978). Os Fundamentos da Organização Burocrática: Uma Construção do Tipo Ideal.
Edmundo Campos. Sociologia da Burocracia. Zahar Editores. Rio de Janeiro. pp. 15-28.
Woodward, J. (1958). Management and technology. In Woodward, J. (1958) Management and Technology. London: H.M.S.O.
Anarquia Organizada, Burocracia, Hipocrisia Organizacional, Qualidade.